Interpretação de poema simbolista - Ismália (Alphonsus de Guimaraens)
Interpretação do poema Interrogação de Camilo Pessanha
Exercícios sobre Simbolismo em Portugal
Análise do poema Siderações de Cruz e Souza
O Simbolismo é um movimento essencialmente poético. Para os adeptos do estilo, as palavras transformam-se em símbolos de vivências místicas e sensoriais indizíveis, intraduzíveis, mas passíveis de serem evocadas, sugeridas, aludidas, por meio de metáforas, analogias e sinestesias: correspondências secretas entre os sentidos, harmonias entre sons, perfumes e cores, tudo convergindo para o ritmo, para a musicalidade do verso.
Interpretação do poema Interrogação de Camilo Pessanha
Exercícios sobre Simbolismo em Portugal
Análise do poema Siderações de Cruz e Souza
O Simbolismo é um movimento essencialmente poético. Para os adeptos do estilo, as palavras transformam-se em símbolos de vivências místicas e sensoriais indizíveis, intraduzíveis, mas passíveis de serem evocadas, sugeridas, aludidas, por meio de metáforas, analogias e sinestesias: correspondências secretas entre os sentidos, harmonias entre sons, perfumes e cores, tudo convergindo para o ritmo, para a musicalidade do verso.
A dimensão sagrada da estética simbolista se expressa não por meio de religiões instituídas e convencionais, mas no cotidiano de poetas "malditos", isto é, incompatíveis com a ordem e com a moral burguesas.
De modo geral, os poetas simbolistas acreditam no desregramento dos sentidos e da sexualidade, na liberação da percepção e das emoções, nos delírios e alucinações que libertam a imaginação das amarras institucionais, medíocres e pragmáticas. Para eles a poesia é um ritual mágico, uma combinação alquímica de palavras reveladoras de outras dimensões da existência; na expressão de Paul Valéry, é "simbiose do som e do sentido", feita de ritmo, harmonia, combinações sônicas, onomatopeias.
Tais elementos explicam a expressão "torre de marfim", utilizada muitas vezes pejorativamente para caracterizar o componente raro, hermético, culto, aristocrático, estilística e psicologicamente requintado da poesia simbolista.
Tanto pela ruptura com a mentalidade burguesa quanto pelo desenvolvimento de novos horizontes expressivos da linguagem, cuja raiz está na "paixão pelo efeito estético" que herdou do Parnasianismo, o Simbolismo anuncia e antecipa a revolução modernista da poesia, constituindo uma estética fundadora e fecundadora da Modernidade literária: a produção artística do século XX.
Concluindo, com o Simbolismo, inicia-se a exploração de um novo campo pela imaginação poética: as dimensões da psique humana privilegiadas pelos românticos – a sensibilidade, a imaginação criadora, a intuição, o sentimento; numa palavra, a subjetividade - ampliam-se com o aproveitamento das imagens subconscientes e inconscientes, que serão posteriormente a matéria-prima do Surrealismo.
** Surrealismo – Movimento artístico de vanguarda, desenvolvido a partir da segunda década do século XX, que defende a imaginação, o sonho e a fantasia criadora do inconsciente como matérias-primas da obra de arte.
Características da poesia simbolista.
- Sugere, em vez de descrever; simboliza, em vez de nomear.
- Redescobre a subjetividade, o sentimento, a imaginação, a sensualidade e a espiritualidade.
- Explora o subconsciente e o inconsciente.
- Usa predominantemente imagens sensoriais e metafísicas.
- Prioriza a musicalidade, com aliterações, assonâncias, paralelismos, repetições.
- Prefere as sinestesias, metáforas, prosopopeias e analogias como figuras de linguagem.
- Utiliza letras maiúsculas em substantivos comuns, para torná-los absolutos.
- Expressa uma religiosidade não convencional, com desregramento dos sentidos, da sexualidade, das emoções, de delírios e alucinações.
- Busca o misterioso, o oculto, o vago, o caótico, o alógico, o anárquico, o indefinível e o inexprimível.
- Considera o poeta como vidente de realidades transcendentais e a poesia como expressão de vidência medi única.
- Anuncia o Modernismo, em sua busca da Poesia Pura: uma realidade tecida apenas de palavras.